Olá Renata!Vivo um dilema... sou evangélica, tenho 32anos, divorciada há 5 anos. Apesar de pertencer à uma igreja renovada, ou seja, não-tradicional, ela tem suas doutrinas baseadas e firmadas na bíblia.Vivemos num mundo onde os relacionamentos hoje são um "pré-casamento": você prova primeiro pra ver se gostou, se tem afinidade e a famosa "química". No caso da religião que sigo, segundo os preceitos bíblicos isto não é correto aos olhos de Deus.Já fui casada, gosto muito do "esporte", porém vivo esse conflito principalmente quando me relaciono com pessoas que não seguem a mesma "religião" que eu.E agora? como saio dessa sinuca? Como ter vida em santidade conforme recomenda a bíblia e como me satisfazer enquanto pessoa? (anônimo)Quando li este comentário, confesso que cocei minha cabeça e fiquei pensando: "Vai dar problema!" (rsss), mas como a proposta deste blog é ajudar as pessoas e debater os temas que VOCÊS trazem, resolvi que tinha um compromisso com meus leitores de responder e tentar audar a essa pessoa.
Gostar do esporte... adorei essa parte! Ainda bem que você gosta, né, gata! Porque tem muuuuuita gente que não gosta e isso mostra o quanto você é saudável.
Parte boa concluída, vamos à parte difícil: conheço um pouquinho o protestantismo e compartilho de váááárias idéias da fé cristã protestante, bem como a católica. O que vou dizer aqui diz respeito ao meu ponto de vista filosófico, acerca da sexualidade cristã.
ATENÇÃO: NÃO ESTOU PREGANDO CONTRA NEM A FAVOR DA FÉ ALHEIA!!! NÃO TENHO NENHUM INTERESSE EM DILAPIDAR CONVICÇÕES - SÓ ESTOU RESPONDENDO À PERGUNTA QUE ME FOI FEITA!!!
Eu consigo compreender que algumas pessoas possam escolher manter relações sexuais apenas após o casamento, mas não vejo muita saúde nisso, do ponto de vista psicológico. Acredito, como profissional, que seja muito importante saber com quem você está se envolvendo, antes de estabelecer um vínculo mais profundo com essa pessoa. Você não conta seu maior segredo ao seu amigo só depois que ele assina um termo de compromisso "anti-fofoca", não é?
Da perspectiva filosófica, o que me intriga são os interesses por trás dessa doutrina: ela só gera ansiedade e comportamentos disfuncionais - ou as pessoas saem casando às pressas, ou ficam desesperadas para casar, ou transam e morrem de culpa, o que mais tarde, é claro, vai transformar a sexualidade da pessoa em um grande tormento.
Mas o que mais me intriga é: nos tempos Bíblicos não havia, por exemplo, cartório. Mas as pessoas se casavam, não é? As mulheres não podiam falar em público, nem usar calças, nem trabalhar fora. Não se usava método contraceptivo porque este não existia. Poucas pessoas eram alfabetizadas e as que eram tinham esse direito por serem ricas. Não existia democracia, só monarquias e governos de províncias. As roupas eram feitas de estopa, linho ou aniagem. As sandálias eram simples. Um convidado estimado tinha seus pés lavados. etc.
Quais dessas coisas acontecem hoje? É pecado usar roupa bonita ou sandália cara? E se eu não lavar os pés do zelador do meu prédio quando ele me traz correspondência? Eu o estimo, mas não quero lavar seus pés. Quão grave é meu crime? Ih, eu sou mulher e sei ler e escrever e várias mulheres estão lendo isso agora! Haram! (pecado em árabe)
Estou brincando assim para descontrair mesmo, mas meu objetivo é mostrar que as doutrinas bíblicas foram contextualizadas, naquilo que era interessante, mas abomina este tipo de questionamento.
O casamento é sagrado sim e a família também, mas o que quero dizer é que até o divórcio a igreja protestante aceita, como você bem sabe, querida leitora, e acho isso louvável, mas com discrição, acho que sua vida sexual pertence somente a você.
Não vejo como Deus possa amaldiçoar o melhor "esporte" que Ele criou.
Espero ter ajudado.
Beijo, tchau!
Amor, Rê