Quem será que pariu as dores?
Tem que ter sido uma dor emocional.
Não é por eu ser Psicóloga e estar acostumada a lidar com dores emocionais todos os dias não! É por eu saber que sentir e não entender o que se sente dói mais do que doer no corpo.
É por isso que eu tenho uma leve desconfiança de que a mãe de todas as dores é a dúvida.
Dúvida sobre o amanhã, dúvida sobre o hoje.
A dúvida é cinza, é nem lá, nem cá.
É um não saber que gera todo tipo de insegurança e medo, e medo gera instabilidade, desassossego.
Vendo as vidas e não sabendo aonde vão, vendo o mundo e não sabendo como curá-lo, sinto medo. Depois, a dor.
Tantas vidas doloridas, tantas dores que viram atos de violência, tanta violência que gera mais dor e mais medo, tanto medo que gera pânico, tanto pânico que gera isolamento, tanto isolamento que gera solidão... tanta solidão que dói.
É, acho mesmo que a mãe de todas as dores é a dúvida que gera o medo.
Mãe maldita! Por que você tinha que parir um filho tão feio e tão fértil?
Tanta gente querendo ser mãe e justamente você foi ter essa sorte!?
Agora vá parir outra dúvida! Não uma dúvida cinza, mas uma cor de rosa! Uma dúvida de um não saber sem medo, uma dúvida que me diga que já que eu não sei, melhor arriscar, melhor não ter medo de sofrer, melhor não ter medo de encarar, melhor SENTIR!
Vá parir, mãe fértil, que eu te ajudo. Não tenha medo. Não duvide.
(Renata Escarlate, 16/04/2009)
Tem que ter sido uma dor emocional.
Não é por eu ser Psicóloga e estar acostumada a lidar com dores emocionais todos os dias não! É por eu saber que sentir e não entender o que se sente dói mais do que doer no corpo.
É por isso que eu tenho uma leve desconfiança de que a mãe de todas as dores é a dúvida.
Dúvida sobre o amanhã, dúvida sobre o hoje.
A dúvida é cinza, é nem lá, nem cá.
É um não saber que gera todo tipo de insegurança e medo, e medo gera instabilidade, desassossego.
Vendo as vidas e não sabendo aonde vão, vendo o mundo e não sabendo como curá-lo, sinto medo. Depois, a dor.
Tantas vidas doloridas, tantas dores que viram atos de violência, tanta violência que gera mais dor e mais medo, tanto medo que gera pânico, tanto pânico que gera isolamento, tanto isolamento que gera solidão... tanta solidão que dói.
É, acho mesmo que a mãe de todas as dores é a dúvida que gera o medo.
Mãe maldita! Por que você tinha que parir um filho tão feio e tão fértil?
Tanta gente querendo ser mãe e justamente você foi ter essa sorte!?
Agora vá parir outra dúvida! Não uma dúvida cinza, mas uma cor de rosa! Uma dúvida de um não saber sem medo, uma dúvida que me diga que já que eu não sei, melhor arriscar, melhor não ter medo de sofrer, melhor não ter medo de encarar, melhor SENTIR!
Vá parir, mãe fértil, que eu te ajudo. Não tenha medo. Não duvide.
(Renata Escarlate, 16/04/2009)